jack e meg white nunca foram irmãos
quando o white stripes lançou “icky thump” (2007), seu último álbum, eu já estava ligado no raconteurs e nem dava mais tanta bola para a dupla (apesar de até gostar do disco). na verdade, comecei a desencanar mesmo da banda depois do lançamento do insosso “get behind me satan”, de 2005. portanto, quando eles lançaram o filme “under great white northern lights”, no ano passado, eu sequer me interessei em saber do que se tratava. e acho que muita gente fez a mesma coisa, já que percebi que a repercussão do projeto, pelo menos aqui no brasil, foi quase nula.
na verdade, o filme mostra a turnê da banda pelo canadá em 2007, onde tocaram em todas as capitais de todas as províncias do país para promover o que seria o seu último álbum, uma vez que jack white anunciou o fim da banda no começo deste 2011.
daí que dia desses, zapeando por aí, acabei me deparando com o filme e me pus a assistí-lo. além de imagens de shows, o filme é entrelaçado por entrevistas e imagens de bastidores que mostram um pouco da relação entre jack e meg de uma forma que eu nunca tinha visto, e acho que eles nunca se esforçaram para mostrar antes.
fazia anos que eu não ouvia a dupla e só depois de ver o filme é que me caiu a ficha de que o white stripes definitivamente não é a melhor banda do jack white, alías nunca foi. mas certamente é a mais legal.
durante esta turnê de 2007, a banda sempre que chegava numa cidade promovia um show surpresa, chegando a tocar dentro de um ônibus escolar, num asilo, e até numa pista de boliche. lembro que, na época, o que mais virou notícia foi o tal show de uma nota só que eles fizeram numa cidadezinha por lá.
além disso, eles já tinham ganhado manchetes na mídia especializada em tecnologia por terem lançado o disco dentro de pen-drives, formato inédito até então. jack white, como sempre, gênio do marketing.
vendo o filme agora em 2011, é engraçado notar que jack e meg já sabiam do fim da banda desde 2007. já estava tudo pronto, só estavam esperando o filme ser lançado para anunciar o fim oficialmente. é legal perceber como a banda já estava capenga e como a meg estava vulnerável. vale lembrar que pouco depois desta turnê, surgiu a suposta sextape (eu ainda acho que não é ela, mas enfim..) e o cancelamento da turnê pela europa porque ela foi diagnosticada com ansiedade aguda.
no filme, dá para notar que o buraco é muito mais embaixo e me parece que está diretamente ligado com a relação anterior entre o casal. apesar de sempre afirmar que eles são irmãos, o próprio filme meio que explicita que sim, eles foram casados no passado e que, ao que parece, a meg ainda não conseguiu superar isso.
no entanto, a única certeza absoluta que é possível se tirar dali é que o jack white só não acabou com a banda antes porque não queria ver a (ex) companheira sofrer. e no filme jack diz com todas as letras que o formato da banda limita sua criatividade. a meu ver o white stripes só acabou depois do aval da meg.
e eles fizeram toda a questão de evidenciar isto.
o vídeo abaixo é a última cena do filme e meio que serve como expurgação de demônios internos e despedida dos fãs. para quem achava que a banda era fabricada, milimetriamente pensada e comandada com mão de ferro pela metade masculina da dupla, aqui eles meio que enterram qualquer conclusão neste sentido.
a banda mais reservada do rock, entrega seu momento mais íntimo. achei bonito.
atenção, repare nos seguintes versos da música:
Well, my nose keeps on bleeding
‘Cause it’s rita I’m needing
I better call out a meeting of the boys
Of the boys“the one I adore
and I cannot afford is a ghost
Is a ghost”.
bom, sabendo que esta canção foi lançada em 2005 e que pouco depois jack white “chamou um encontro com os garotos” (a formação do raconteurs) e se casou com uma mulher que, posteriormente, lançaria um disco chamado “the ghost who walks”, meio que acende uma luz na sua cabeça, né?
Filed under: Coisas Pop, Música, Nerdices | 5 Comments
Tags:Coisas Pop, Jack White, Música, Meg White, Nerdices, The White Stripes, under great white northern lights
meio que ACENDE uma luz. fora isso, adorei ler =)
uops… isso que dá escrever post na madrugada. já corrigi o texto.
valeu. 😉
Cai aqui por acaso… que filme é esse que nunca fiquei sabendo? Sou fã deles (mais precisamente do Jack) desde 2003. Como vc disse, não é a melhor banda do Jack, mas é a mais interessante. , diga-se de passagem, foi por me apegar tanto ao som deles que me interessei por rock alternativo… ou seja, tudo o que conheço desde adolescente foi por influencia da banda. hahaha parece engraçado, não?
Enfim, amei o post! WS antigo fará falta… o de 2005 pra cá, não.
é a melhor banda e o melhor trabalho que Jack fez até hoje. Finalmente ele decidiu lançar um álbum solo. Esperando ansiosamente por isso!